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"Alerta Workaholic: Sinais de Excesso de Trabalho e Como Ajudar".

Foto do escritor: afoab rioafoab rio



Patricia Pessoa Pousa Executiva de Gente e Gestão em Saúde | Palestrante, Consultora, Mentora em Gestão de Pessoas | Assessora

1 de outubro de 2024

Em uma pesquisa de 2024 de Kelsey Hansen, com mais de 1.000 participantes ao redor do mundo, foi revelado que o workaholismo se manifesta de diversas formas: seja na incapacidade de se desconectar do trabalho, no pensamento constante sobre as obrigações profissionais, na priorização do trabalho, ou na negligência do autocuidado.

Mas vamos por partes: o que é workaholismo?

Basicamente, workaholismo é o vício em trabalho.

A pressão para estar sempre disponível e produtivo apareceu em muitas respostas dos participantes da pesquisa de Hansen. Alguns falaram que verificam os e-mails de trabalho o tempo todo no celular, seja durante o expediente, nos fins de semana, ou até nas férias. Outros, já trouxeram o fato de como deixaram o trabalho invadir seus quartos à noite e sequestrar suas férias (que deveria ser usada para relaxar).

Você é assim ou conhece alguém que seja?

Eu aposto que sua resposta é positiva para alguma das duas perguntas!

Mas se você se reconhece em algumas dessas experiências, pode estar sofrendo de vício no trabalho. Isso significa que você pode estar sendo incapaz de se desconectar do trabalho – a ponto de ele dominar seus pensamentos e ações, e prejudicar outros aspectos de sua vida.


Quais são os sinais de que estou viciado no trabalho?

Você sente que não consegue relaxar completamente?

Se você se sente incapaz de se desconectar com o trabalho, isso já é uma bandeira vermelha. Fique atento se você verifica e-mails e mensagens de trabalho o tempo todo, inclusive durante seu tempo livre, finais de semana ou feriados. Se mesmo longe do trabalho, você não consegue parar de pensar em projetos, tarefas ou problemas relacionados ao trabalho, você fica propenso a adquirir o estresse crônico, fadiga mental e consequentemente, diminuir a qualidade de vida. Por isso é muito importante ajustar isso!

Outro aspecto importante a ser observado é se o trabalho invade todas as áreas da vida. Isso acontece, geralmente quando a pessoa leva trabalho para casa, trabalha durante eventos sociais ou pessoais, ou sente a necessidade de sempre estar “disponível” para o trabalho, mesmo fora do experiente.

Quem trabalha na modalidade remota, também relata uma constante dificuldade em conseguir separar o trabalho de sua casa. Então, mesmo nesse caso, é preciso observar se a relação entre um e outro é saudável, ou se extrapolou.

Negligência de relacionamentos pessoais é mais um sinal. Quando o trabalho se torna a principal prioridade, pode resultar em distanciamento de amigos e familiares. Você pode notar que não participa de reuniões familiares ou se largou aquele hobby que antes adorava praticar.

Isso é ruim, porque a solidão e o ressentimento podem se acumular, tanto de sua parte quanto da parte daqueles que se sentem negligenciados. Isso pode levar a uma deterioração das relações pessoais.

Um outro sinal é a dificuldade de delegar tarefas. Se você acha que só você consegue fazer determinada atividade corretamente, pense melhor. Na verdade, você só está aumentando sua carga de trabalho e estresse. Em outros dois artigos, já falei que o acúmulo de tarefas é absolutamente prejudicial à saúde mental.

E como anda suas folgas e tempo livre? Você se sente culpado ou ansioso quando não está trabalhando (mesmo quando está em um momento de descanso planejado)? Não se sinta! E aproveite bem esse tempo! 

Durma adequadamente, faça exercícios, se alimente bem e volte a fazer aquele hobby que você deixou de lado por causa do trabalho.  Isso é autocuidado e não pode ser negligenciado.

De qualquer maneira, se você identificar esses sinais com frequência, pode ser um indicativo de workaholismo, e é importante buscar formas de equilibrar a vida pessoal e profissional.

É interessante pontuar que alguns que se tornaram workaholic, só notaram que estavam viciados quando perceberam que estavam negligenciando as atividades e as pessoas que amavam. Alguns disseram que o workaholismo os transformou em alguém que não reconheciam. Outros afirmaram que o vício no trabalho levou sua saúde mental e física ao limite.

Por isso é importante continuarmos falando de saúde mental para além do setembro amarelo. O ser humano requer bem-estar durante todos os meses do ano e isso envolve abordamos, mais do que nunca, a estrutura dos trabalhos e das empresas, porque o vício no trabalho pode levar sua saúde mental e física ao limite.


E o que as empresas podem fazer em relação a isso?

No contexto do Setembro Amarelo, é importante reconhecer que essa incapacidade de se desconectar, quando combinada com a pressão para ser produtivo, pode contribuir para crises emocionais graves.

O esgotamento psicológico é uma porta de entrada para transtornos mentais sérios, incluindo depressão. Quando não há espaço para descanso, reflexão e desconexão, o indivíduo passa a viver em função do trabalho, e tudo o que não está relacionado a ele – como família, amigos ou hobbies – perde relevância.

Uma das primeiras ações que as organizações podem tomar é fomentar uma cultura de equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Isso envolve incentivar os funcionários a manter esse equilíbrio saudável, estabelecendo normas que valorizem o tempo fora do trabalho, como a proibição de enviar e-mails fora do expediente.

Uma outra estratégia importante é oferecer horários flexíveis, permitindo que os funcionários definam seus próprios horários de trabalho com base em suas necessidades pessoais e familiares. Isso já é realidade em grandes empresas como Google, Meta, Microsoft e muitas outras. Claro, isso deve ser complementado com uma cultura de trabalho saudável e com a promoção de programas de bem-estar, que incentivem o autocuidado. 

Mas é importante que a empresa considere a importância da saúde mental dos colaboradores para além do setembro amarelo. Claro, no mês de setembro, especialmente, precisamos tornar essa discussão presente, mas a educação e a conscientização deve ser contínua e constante.

Realizar workshops e treinamentos sobre os riscos do workaholismo e a importância do autocuidado. Permita que eles aprendam a cuidar de sua saúde mental e física e saibam como identificar sinais de estresse e burnout.

Para finalizar, revisar regularmente suas políticas de trabalho é importante, mas não políticas superficiais. É preciso ir na gênese do problema!

Esse compromisso com o bem-estar dos funcionários vai resultar em maior satisfação no trabalho, menor rotatividade e uma cultura organizacional mais forte e positiva.

 
 
 

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